Rei na Rua: o fim justifica os meios
Crítica do espetáculo Rei na Rua, do grupo Bando Golíardis, SP, por Simone Carleto Fontes Recorrente nas histórias de origem popular, nas quais a função precípua é tornar ridículas figuras de poder, histórias como “A Roupa do Rei”, “O Quadro das Maravilhas”, entre tantas outras, causam a inversão das estruturas sociais e demonstram o poder do povo, sobretudo representado pela classe trabalhadora. No caso do espetáculo “Rei na Rua”, trata-se de releitura da história “A Roupa do Rei”, ou “A Roupa Nova do Rei”. Encontrada em inúmeras versões, como A roupa nova do imperador, O fato novo do imperador, essas e outras histórias foram registradas e publicadas no final do século XIX pelo dinamarquês Hans Christian Andersen. Em “Rei na Rua”, o elenco do Bando Golíardis, formado por Dani Marin, Marcelo Rôya, Sabrina Motta e Tiago Cintra, adentra a cena trazendo ares medievais, com figurinos criados pela trupe e o Clã das Cores. Remetem à ancestralidade das trupes andarilhas, maltrapilhas, e vêm ...